Sabem
o que são CEF’s?
Eu também não sabia, até a minha amiga Olívia me
telefonar, a saber se estava interessada em ir “dar umas aulas” numa Escola
Profissional em Lisboa, num Curso de Acompanhantes de Crianças.
Como gosto de desafios, e apesar de a minha
situação de reformada não deixar de ser interessante, permitindo-me fazer uma
série de actividades que por falta de tempo, organização, ou cansaço extremo
nunca tinha conseguido fazer, aceitei. Seguindo os trâmites normais, fui a uma
entrevista, entreguei o currículo. Explicaram-me o que era um CEF de
Acompanhante de crianças: “Curso de Educação
e Formação, que visa dar uma dupla certificação a alunos em grave risco de
exclusão escolar. Esses cursos, para além da equivalência ao 9º ano de
escolaridade, dão também um certificado profissional”.
Ao ver o Programa da minha disciplina, não achei
nada de transcendente..., pedi uma semana para me organizar. Dos módulos,
verifiquei que o que me sentia menos à vontade seria o que dizia respeito ao
Trabalho de Amas, área onde nunca tinha investido. Pedi ajuda à colega Marta
Bettencourt, que tinha trabalhado na implementação de creches familiares e na
supervisão de Amas. Com ela fui ao Centro Infantil de A-da-Beja, onde me
disponibilizaram uma série de material.
Comecei a trabalhar. Transcrevi o programa em
palavras acessíveis para os alunos, fiz fotocópias para cada um deles, comecei
a organizar um dossier com algum material, esboço de uma pequena biblioteca de
turma (pensava eu!).
No dia 2 de Outubro de 2006, lá fui eu.
Comecei na
turma AC2. Um curso de dois anos, o que na minha cabeça se traduziu logo em que
todos os alunos tinham pelo menos a frequência do 7º ano de escolaridade. Mais
tarde percebi que a grande maioria tinha apenas o 6º Ano. (muitos sem
aproveitamento).
As idades iam dos quinze aos dezassete anos.
Estava à espera que tivessem algumas dificuldades
escolares, mas confesso que não estava preparada psicologicamente para os
comportamentos que encontrei. Quando cheguei a casa, ainda em estado de choque,
tive necessidade de descrever esse dia. São alguns excertos dessa escrita, que
vou transcrever aqui:
“Por volta das 13.15 estava à porta da escola. Deram-me
indicações sobre o Livro de Ponto e a sala de aula:
- Está aqui o Livro de Sumários, tem de fazer um
sumário por cada tempo de aula, e não pode usar aspas mesmo que o assunto seja
o mesmo. Esta é a chave da sala 3. Depois da aula vem cá deixar a chave e o
livro. Não se esqueça de fechar a porta. A sala é lá em cima no 1º andar.
Subi. No cimo da escada comecei a
ter algumas dificuldades devido ao congestionamento de alunos. Quando estava a
tentar abrir a porta começaram a gritar: - É a nova S’tora, ó S’tora vem dar o quê?
Lá consegui entrar e
vi uma sala pequena, uma mesa para mim, cadeiras das de braços com plataforma para
escrever. Foram entrando às pinguinhas, umas ignoravam-me, outras paravam ao pé
de mim a olhar como se eu fosse um extra terrestre e não diziam nada, e outras
aos gritos queriam saber o que eu vinha dar. Lá as mandei sentar dizendo que
quando estivessem arrumadas iríamos conversar. O único rapaz do grupo entrou
com um ar sonolento arrastando-se até uma cadeira.
- Boa tarde, sou a Ana
Oliveira e vou ser a vossa professora de “Acompanhamento de crianças”…
Uma lá de trás berrava
– Também posso dizer o meu nome, outra punha as mãos na garganta e com voz
dramática gritava: - Posso ir beber água porque a minha garganta está a
arranhar muito? Ai, ai. Outra lá da última fila também queria muito ir beber
água porque tinha a garganta seca.
- Calma, vamos lá
acalmar para podermos conversar…
- Ó S’tora hoje é
apresentação?
- Posso dizer o meu
nome?
- Depois de dizermos o
nome podemos bazar?
- Vamos ter livro?
- Calma, vamos lá
acalmar para podermos conversar, fala um de cada vez.
- Posso ir beber água
porque a minha garganta está a arranhar muito? Ai, ai...
- Não, não podes.
Espera um bocado.
- Ai que ela me quer
matar logo na 1ª aula.
Calei-me. Folhei os
meus papéis e elas lá acalmaram um bocado. (digo elas porque o rapaz continuava
sonolento, de cara para baixo tapada por umas longas melenas.)
- Bem agora que já
acalmaram vou continuar. Sou educadora de infância e comecei a trabalhar já há
muito tempo (- está-se a ver! – ouvi dizer lá de trás). Comecei num Jardim de
Infância em Carcavelos, um colégio particular. Estive lá um ano, e no fim desse
ano resolvi abrir uma creche com uma colega.
- Então ganhou bué da
dinheiro?
- Não, nesse ano não
ganhei nada, porque eu tinha pedido um empréstimo ao banco…
- O que é um empréstimo?-
perguntou uma.
- Ó parva é o que se
pede para comprar casa, disse outra aos gritos.
- Bem aqui não foi
para comprar casa, mas para comprar as camas, as cadeiras e as coisas que eram
precisas para equipar a creche, para poder ter lá as crianças. Depois fui
trabalhar para outro colégio onde estive três anos, mas depois houve o 25 de
Abril… (grande agitação na sala)
- Fogo! fora o 25 de Abril!
- A minha mãe tinha 4 anos quando foi o 25 de Abril e diz que ficou assim muito
revoltada por causa daquela agitação toda...
Ignorei os comentários
porque achei que não havia clima para diálogo e continuei abreviando muito
(...)
Depois lá me disseram
os nomes, a outra continuava a berrar que tinha sede. (para a calar lá lhe dei autorização
para ir. Levantaram-se logo três para a seguir. Lá disse que não tinha
autorizado.
- Fogo! gritavam
voltando para os lugares. Quando ela regressou lá tive de as deixar ir).
Entretanto comecei a distribuir umas folhinhas que tinha feito com um resumo
muito abreviado do programa da disciplina. Eu a distribuir, elas a dobrarem as
folhas.
- Alto aí, isto é para
ler aqui, disse.
- Grande seca
- Estamos cansadas
- Alguém se descuidou,
cheira mal.
- Eu quero ler alto,
disse uma. (achando que era uma boa estratégia lá lhe dei a palavra.
Começou a
ler virada para mim. Disse-lhe que tinha de ler virada para os colegas. Amuou,
caminhou para a porta e começou a ler de costas para o grupo. Uma levantou-se e
tirou-lhe o papel da mão. Nova interrupção para mediar a situação. Finalmente começou
a ler, soletrando:
- O De – sen –vol -vi – mento da
Cri - ança e a A-M-A.
- O que é A - M - A? (disse o nome das letras)
Juro que fiquei sem resposta, depois lá percebi e disse que a palavra era
Ama, as senhoras que tomam conta de crianças em casa. (grande barulheira)
Depois passou outra colega a ler. Queria repetir a gracinha com J.A.R.D.I.M de
INFÂNCIA. Não deixei.
- Ó S’tora está na hora do
intervalo (pelo meu relógio ainda faltavam 10 minutos), foi o que lhes disse
mostrando o relógio. No entanto achei que não valia a pena continuar. Disse
para arrumarem as coisas, porque tinha de fechar a sala. Lá dei as indicações
que iam ter uma outra aula naquela sala, mas que eu voltava às 3.10. Mas a aula
não era ali, tínhamos de ir para outra sala – a sala 2. Saíram.
Despachei logo os três sumários no Livro de Ponto. Quando cheguei à
portaria, a senhora, a sorrir, deu-me logo uma pequena repreensão:
- Os sumários são feitos aula a
aula! (fiquei a saber)
Saí, completamente azamboada. Fui para o café pensar como é que aguentava
as criaturas mais dois tempos seguidos. Tinha de definir regras com elas.
Regressei, pedi a chave, mas aquela sala não precisava. Novamente ao cimo
da escada grande agitação. A sala 3 estava fechada e elas tinham lá as coisas.
Uma disse que o Wilson era o Delegado do grupo e a podia ir buscar. Porta
aberta, começou a mudança às pinguinhas. E eu na porta para depois a fechar e
ir entregar a chave. As salas eram contíguas, com uma porta de comunicação. Lá
as fui encaminhando para se sentarem. Os “Fogo!” sucediam-se:
- Fogo! Grande
confusão!
- Fogo!
não percebo nada disto, mudaram o horário e não disseram nada.
- Não
mudaram nada o horário, vocês é que são analfabetas, gritava uma.
O Wilson regressou de ter ido levar a chave. Resolvi perguntar-lhe quais
eram as funções do Delegado de Turma. Algumas queriam responder aos gritos. Não
deixei. O Wilson lentamente foi respondendo:
- Bem, tem direitos e deveres
- Mas direitos e deveres têm todos os alunos, ou há diferenças para o
Delegado, lá perguntei eu. O bom do rapaz pensava, pensava...
- Eu tenho um dever que elas não têm…, tenho o dever de ir a umas
reuniões… acho que é com os professores, é para representar a turma., mas ainda
não estou bem…, bem ciente.
Depois desta explicação bastante elucidativa, nova tentativa para
continuar. Nova tentativa, nova interrupção!
- Ó S’tora, a… está a ver coisas pornográficas no telemóvel
- Bem antes de continuar vamos fazer uma coisa, vamos desligar os
telemóveis. Peguei no meu, desliguei-o e pu-lo em cima da mesa.
- Fogo!
gritava a maioria
- “Ganda
chaço” – ó S’tora não tem dinheiro para comprar um telemóvel mais moderno?
- Ó S’tora
vamos ter testes?
- Ó S’tora
dizia uma, eu quero dizer uma coisa do telemóvel.
- Então
diz.
- É particular, posso ir aí dizer (já estava de pé ao meu lado e
falava-me ao ouvido muito baixinho) – correspondeu a um momento de grande
concentração na sala!
- Eu não posso desligar o telemóvel porque o meu namorado foi para o
hospital porque levou um murro e está a deitar sangue dos ouvidos (lá permiti
que pusesse o aparelho no modo de vibrar)
- Bem, a primeira regra da sala é desligar os telemóveis, depois… (umas
três ou quatro arrancavam folhas do dossier e interrompiam para saber se as
podiam ir deitar ao caixote do lixo) – continuei. – Depois também acabam as
idas à casa de banho para beber água. Bebem antes da aula.
- Ó S’tora, mas podemos trazer uma garrafinha, alguns professores deixam.
- Mas eu não, agora começa a fazer menos calor e não acho necessário. Não
há água nem comida. Quando estamos no cinema essas coisas também não são
permitidas.
- Fogo! No
cinema podemos comer pipocas.
Ignorei
tentando virar a coisa para a sala de aula:
- Mesmo
quando eu trabalhava no Jardim de Infância, os meninos não andavam sempre a ir
à casa de banho…
- Fogo,
depois mijavam-se todos coitadinhos…
- Ó S’tora
depois não levava porrada das mães?
- Eles a
pouco e pouco habituavam-se, iam quando chegavam, quando vinham do recreio e
antes de irem almoçar. Depois eu também os ia conhecendo e estava atenta aos
mais pequenos, que tinham mais dificuldade...
- Ó S’tora,
eu também tenho um problema na bexiga, quando estiver com problemas posso ir à
casa de banho? (ignorei)…
O Wilson continuava com o ar sonolento, a Vera pôs os pés todos esticados
na cadeira da frente (fiz um sinal para se sentar direita), a colega que estava
à esquerda do Wilson, muito distraída agarrou-lhe na orelha e fazia-lhe
festinhas, como os bebés costumam fazer, uma que estava junto da porta de
comunicação com a outra sala começou a gritar.
- Há fantasmas na outra sala! A maçaneta está a mexer sozinha.
(levantaram-se logo três ou quatro), umas riam-se, a outra continuava agarrada
à orelha do rapaz.
- Bem vamos lá a ver se a gente se entende (dizia eu sem querer levantar
a voz, porque sentia a irritação a subir)
- Ó S’tora
não é a gente somos nós.
- Tens
razão, agente é da polícia.
- Não é
nada, porque a gente é separado e agente da polícia é tudo junto
- Olha a
gaja toda contente porque aprendeu uma coisa nova, dizia uma lá do fundo.
- Ó S’tora
vai passar TPC?
- Ó S’tora
vai haver testes?
- Ó S’tora
como é que nos vai avaliar?
Juro que ainda não tinha pensado nisto, mas já estava tão furiosa que ia
dar resposta quando bateram à porta. Era uma professora de bata branca que
pediu imensa desculpa de vir interromper, mas não conseguia dar aulas porque só
estavam a mexer na maçaneta da porta.
- Ganda lata, elas é que começaram, gritavam as que estavam perto da
porta.
A professora saiu, tentei continuar e arrumar as minhas ideias sobre a
avaliação (apesar de ainda não ter pensado no assunto, e apesar de estar muito
irritada, acho que lá me desenrasquei.)
Escrevi no quadro os números de 1 a 5 e disse:
- Como sabem, as notas são de 1 a 5 portanto quem tiver mau
comportamento, prejudicar sistematicamente o funcionamento da sala, não for
assíduo nem pontual e não souber a matéria, ou não fizer os trabalhos pedidos,
tem 1.
- Quem for assíduo e pontual mas tiver mau comportamento, prejudicar
sistematicamente o funcionamento da sala, e não souber a matéria, ou não fizer
os trabalhos pedidos, tem 2.
- Quem for assíduo e pontual, tiver um comportamento que não prejudique o
funcionamento da sala, e souber a matéria, e fizer os trabalhos pedidos, tem 3.
-Quem for assíduo e pontual, tiver um comportamento de colaboração com o
grupo, for interveniente, e ser interveniente é dizer coisas ajustadas aos
assuntos que estamos a tratar, e souber a matéria, e fizer os trabalhos
pedidos, tem 4
- Quem para além disto se interesse pela matéria, trouxer textos, livros ou
materiais ajustados aos assuntos a tratar, que põe à disposição do grupo para
enriquecimento de todos, souber a matéria e fizer um muito bom trabalho tem 5.
- Fogo! Isso
é muito difícil
- Ó S’tora
eu não gosto de ler.
- Ó S’tora
eu não tenho livros.
- Os
textos não precisam de ser só de livros, podem ser de jornais, de revistas,
dizia eu.
- Ó S’tora
eu não leio revistas.
- Ó S’tora
eu não leio jornais.
- Ó S’tora
eu só li um livro em toda a minha vida, é (confesso que não ouvi o titulo nem o
autor) a S’tora conhece? Amanhã vou trazer fotocópias para a S’tora ler.
- Ó S’tora
eu li um livro de poemas da Ilse Losa. Conhece?
- Ó S’tora
eu só gosto de ler romances daqueles que acabam bem.
- Mas os textos que eu gostava que lessem eram textos relacionados com o
programa ou com assuntos sobre educação…
- Ganda seca.
- Onde é que vamos buscar isso?
- Há artigos muito simples em todas as revistas, agora este mês, até na
revista Maria vi um que se chamava “Como escolher o Infantário do seu filho”.
- Na revista Maria?
- Ó S’tora lê a revista Maria?
- Por acaso não compro porque há outras que me interessam mais, mas nos
supermercados e nas bancas dos jornais leio os títulos, Também há bibliotecas
onde se pode ir consultar, cá na escola deve haver uma biblioteca…
- Onde? Não sabemos.
- Lá nas freiras há uma biblioteca.
- Nas freiras?
- Sim eu moro numas freiras sabia? - Disse uma com ar de desafio.
- Não, ainda…
- Ó S’tora e podemos trazer coisas sobre pedofilia e violência, também é
educação.
- Claro, podemos ler e discutir tudo o que vocês quiserem, depois
combinamos um tempo para que isso possa acontecer
- Ó S’tora
está na hora do intervalo.
- Vá, vão
lá ao recreio que depois continuamos a conversa.
- Recreio,
ela disse recreio.
- Ó S’tora
não é recreio é intervalo!
- Vá, vão
lá e estejam aqui às quatro e um quarto. (...)"
Talvez já tenham percebido o que é um CEF. Eu demorei algum tempo a
perceber. E só ao fim de algum tempo e muito sofrimento é que percebi:
Estava dentro um barril de pólvora prestes a explodir a qualquer momento.
E percebi que isso era previsível.
Ao colocar na mesma turma, um bando de adolescentes, com repetições
sucessivas, completamente desmotivados da escola, num curso em que os conteúdos
de algumas disciplinas abordavam aspectos do que elas mais odiavam – A Escola,
outra coisa não seria de esperar.
Além disso, sabiam muito mais do que eu.
Sabiam que ser Acompanhantes de Crianças, profissionalmente não era nada.
Tinham também a percepção que era um curso pouco exigente, que só com grande azar não
completariam.
E com muito trabalho fiz cedências, organizei visitas de estudo, sempre
com pequenos “Guiões” para ajudar na descrição das mesmas. Com a ajuda da
Manuela C. Neves organizei “Guiões de Leitura” para orientar a leitura de
pequenos textos e a elaboração de resumos.
Até consegui levar até ao fim um pequeno Projecto “A história da Branca
de Neve”, que foram apresentar no Jardim de Infância da Calçada da Tapada.
E por vezes íamos passear ao jardim, para descontrair e conversar,
precisavam disso…
E assim o tempo passou. Apesar do que aqui descrevi, numa escola pequena, onde eram conhecidos e relativamente controlados, e com acompanhamento dos professores, a maior parte destes jovens evoluiu bastante.
Como conseguiste reter isso tudo. Estive assim com um grupo mas eram de 8 anos. Valeu a pena? Valeu,mas só para teu conhecimento do mundo dos adolescentes problemáticos, economicamente devem de te der pago uma miséria, não voltaste a repetir?
ResponderEliminarEu fiquei tão aparvalhada que logo que cheguei a casa escrevi o que se tinha passado. ficou escrito, só copiei para aqui. Valeu a pena perguntas. Economicamente pagava-me as despesas de transporte e ficava qualquer coisa para os alfinetes. Mas deu-me para perceber muita coisa. Foi um desafio, para "inventar" trabalhos minimamente interessantes para também irem lendo e escrevendo e discutindo assuntos, embora as aulas de discussão fossem mais difíceis de controlar. Ainda estive lá três anos, mas esta turma foi a mais difícil, porque também eram 20.
EliminarMinha amiga minha
ResponderEliminarPercebi o que escreveste, logo és escritora ... garantidamente. Vejo as imagens do filme em que só colocas as legendas. Estas películas (filmes, fotografias) só me inquietam porque todos os dias me enchem os ouvidos com os locais simplórios de que o futuro pertence à juventude (na impossibilidade de lhes atribuírem o passado) mas fico tão aflito de saber que vai ser essa juventude a tratar do futuro. Que vão ser os das praxes do Meco a Freixo da Espada à Cinta a governar esta coisa que desisto.
Pego nas minhas tamanquinhas e fico a ver, cego; a ouvir surdo e falar mudo.
O que é que eu fiz para este sítio ter chegado a estado?
Foi assim o que se chama uma relação mútua de amor ódio.como estive lá três anos tive mais turmas mas esta foi a que deu mais pica. Eu também não sabia nada destas idades, havia lá miúdas muito espertas, sabidas. Eu perguntava-me todos os dias o que é que a escola tinha feito aquelas criaturas. tantas retenções foi o que deu. Não mostro os guiões que preparei, para as visitas e para os textos porque são muito básicos. Ainda estou a pensar se mostro a escrita delas em diversas situações.
ResponderEliminarAna,não sabia desta tua experiência. Eu até fiquei sem folgo com a descrição que fizeste!Foste muito corajosa! E tudo isto nos faz pensar em tanta coisa de pernas para o ar.
ResponderEliminarMaria Júlia de pernas para o ar só me lembro de nós as duas, quando uma tarde tivemos de ficar sozinhas com os miúdos todos da escola na cave, porque chovia. Para os entreter até fizemos o pino...
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